domingo, 19 de janeiro de 2014
JOÃO CARLOS TAVEIRA - NAVIO FANTASMA
NAVIO FANTASMA
JOÃO CARLOS TAVEIRA
Brusca, a barca trafega
nas trevas da existência.
Sem trégua, o timoneiro
avança. E, na dormência
de músculos e artérias,
atinge o magma, o centro
do abismo de existir,
fora de si e dentro.
As velas retorcidas,
a que ventos sucumbes,
nos vendavais da dor,
ao gozo e seus vislumbres?
Há tantos sóis e luas
na árdua travessia!
Melhor não fora o porto
que a vida oferecia?
A vida não deságua
em lisos acalantos?
E não floresce a pedra
nas águas de seus prantos?
Ó velas desfraldadas,
de que sonhos se nutrem
a ânsia dos navios,
a fome dos abutres?
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