domingo, 19 de janeiro de 2014
ABGAR RENAULT - IGNOTUS
IGNOTUS
ABGAR RENAULT
Eu não sei quem Tu és. Mas sei que Tu existes,
e sei que és Tu que acendes as estrelas lá no Alto,
e o lume, às vezes, da alegria na pobreza dos meus olhos tristes.
Eu não Te vejo, eu não Te falo, senão no silêncio secular
das noites insones e profundas, em que meu corpo se apaga,
e minha alma é uma chama inquieta a crepitar...
Eu Te quero e Te temo, pávido, esquivo e ansioso... E pela vida inteira,
se Te fujo - olhos sem luz para não ver-Te, ouvidos surdos para não Te ouvir sinto-o Teu
esplendor doer na minha tórpida cegueira,
e ouço o rumor augural dos remos do Teu barco, lento e lento
a ferir, com seu ritmo de Absoluto,
a água noturna do meu pensamento...
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário