sexta-feira, 31 de janeiro de 2014
JAYME DE ALTAVILA - TEIA D'OURO
TEIA D'OIRO
JAYME DE ALTAVILA
Imperturbável, cauta, entre os ramos, a aranha
Atentamente vai a fina teia urdindo.
Teia enorme que o Sol, em cheio, d'oiro banha
E que se ostenta no alto, assim, tremeluzindo.
Ah! nesse seu labor que paciência tamanha!
Vezes em cada fio, em cada, um tempo infindo!
Mas, que prodígio após! Em rendas da Bretanha
Nada se viu mais delicado, nem mais lindo!
Em redor, nada vê, sempre, a sós, trabalhando...
Pode tudo ser triste, ou ser tudo risonho,
Ela, o fio sutil, continua enredando...
Ó Poeta! - Indiferente à vida humana, estranha,
Perfeita, urdes também, uma trama de Sonho,
Mas, frágil, talvez, como a teia da aranha!
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