sábado, 25 de julho de 2015
OLEGÁRIO MARIANO - ALMA EM DESESPERO
ALMA EM DESESPERO
OLEGÁRIO MARIANO
Como viver assim de alma despedaçada,
Quando lá fora há sol e há festa e há primavera?
Meu amor deu-me tudo e hoje não tenho nada,
Ele próprio tirou tudo quanto me dera.
Se a existência passei chorando à sua espera
Ele veio e me trouxe às mãos, numa braçada
De rosas, a mulher que era sonho e quimera,
E ilusão e perfume e estrela e madrugada.
E agora que fazer nesta vida sem ela?
Debater-me de desatino em desatino,
Minh'alma transmudar numa folha amarela
E atirá-la no espaço, aloucada e erradia
Para vê-la seguir o seu próprio destino
No doido rodopiar da asa da ventania...
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