segunda-feira, 6 de julho de 2015

AIDENOR AIRES - CONTEMPORIZAR




CONTEMPORIZAR

AIDENOR AIRES

Não sei por que 
não me acostumo
ao morrer cotidiano das coisas.

Vivo num tempo de morte
 e as caras me assombram 
como túmulos.

O poeta nasceu para
as grandes resignações
ou para os grandes desesperos.

Não há omissão na poesia.
Há de haver sempre tempo
para a resignação
e tempo para a revolta.

Há os que sonham
jardins sobre as cinzas, 
há os que geram cinzas 
sobre as flores...
Meu tempo é só de cinzas,

Um animal enorme 
devorou as flores.

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