segunda-feira, 24 de novembro de 2014

CARLOS PENA FILHO - A SOLIDÃO E SUA PORTA


 

A SOLIDÃO E SUA PORTA
                               ( A Francisco Brennand)

CARLOS PENA FILHO

Quando mais nada resistir que valha
A pena de viver e a dor de amar
E quando nada mais interessar
(Nem o torpor do sono que se espalha)

Quando pelo desuso da navalha
A barba livremente caminhar
E até Deus em silêncio se afastar
Deixando-te sozinho na batalha

A arquitetar na sombra a despedida
Deste mundo que te foi contraditório
Lembra-te que afinal te resta a vida

Com tudo que é insolvente e provisório
E de que ainda tens uma saída
Entrar no acaso e amar o transitório.

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário