sábado, 8 de novembro de 2014

ALBERTO DA CUNHA MELO - CANTO DOS EMIGRANTES


                                

CANTO DOS EMIGRANTES

ALBERTO DA CUNHA MELO

Com seus pássaros
ou com a lembrança de seus pássaros,
com seus filhos
ou a lembrança de seus filhos,
com seu povo,
ou a lembrança de seu povo,
todos emigram.

De uma quadra a outra
do tempo,
de uma praia a outra
do Atlântico, 
de uma serra a outra
das cordilheiras, 
todos emigram.

Para o corpo de Berenice
ou o coração de Wall Street, 
para o último templo
ou a primeira dose de tóxico, 
para dentro de si
ou para todos, para sempre
todos emigram.

   

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