sexta-feira, 21 de junho de 2013

WALMIR AYALA - A MINHA MORTE SÃO AS COISAS




A MINHA MORTE SÃO AS COISAS

WALMIR AYALA

A minha morte são as coisas
e não poder retê-las,
é a matéria que existe
e resiste
à minha sorte,
como as estrelas.

A minha morte é a manhã
que se estende claríssima
sem temor, é este amor
de só desesperança,
como um clamor.


A minha morte é esta voz 
por que a garganta anseia
e não sabe,
ela cabe
inteira nos meus olhos
que a lágrima incendeia.

Sobretudo é
esta vontade
de chorar e ir chorando
como uma única pergunta
sem remédio:
                 - até quando?

Nenhum comentário:

Postar um comentário