sábado, 30 de novembro de 2013

JOSÉ MARIA ALVES - NEM UMA ARAGEM


(298x31, 8KB)

NEM UMA ARAGEM

JOSÉ MARIA ALVES

Nem uma aragem
Para lá da minha janela
E eu olho quase sem ver.
Anoitece a serra de contornos sublimes.
Uma nuvem negra descansa em Alfátima
Enquanto os luzeiros da aldeia se acendem
E inerte está a folhagem que resta
Num universo que sinto meu.
Fenece o dia.
Floresce a noite
Com suavidade e beleza.
Escrevo como o pássaro
Que canta sem desejos
Como o rio que corre no seu leito
E a estrela que nasce a Oriente.
Escrevo por impulso
Ou necessidade,
Escrevo a eito
A uma qualquer hora
Do sol nascente ao poente
Do crepúsculo à aurora.
Escrevo por amor
A esta Serra que sou eu.

(298x31, 8KB)

Nenhum comentário:

Postar um comentário