sábado, 6 de junho de 2015
OLEGÁRIO MARIANO - ARREPENDIMENTO
ARREPENDIMENTO
OLEGÁRIO MARIANO
Deste amor torturado e sem ventura
Resta-me o alívio do arrependimento.
O pouco que me deste de ternura
Não vale o que te dei de encantamento.
Abri para o teu sonho o firmamento,
Semeei de estrelas tua noite escura.
Dei-te alma, exaltação e sentimento,
Fiz de um bloco de pedra uma criatura.
Hoje, ambos à merce de sorte avessa,
Se para te esquecer luto e me esforço,
Manda-me o coração que não te esqueça.
Padecemos idêntico suplício:
Tu - corroída de pena e de remorso,
Eu - com vergonha do meu sacrifício.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um dos mais belos sonetos do grande poeta Olegário Mariano
ResponderExcluir