terça-feira, 29 de outubro de 2013

OLEGÁRIO MARIANO - A LÂMPADA QUE SE APAGOU




A LÂMPADA QUE SE  APAGOU

OLEGÁRIO MARIANO

Inconsistente amor! Um sopro apenas
Veio apagar-me a lâmpada votiva
Que eu vinha alimentando, ardente e viva,
Não de óleo, mas de lágrimas e penas.

Perto da sua luz meditativa,
Longe das rudes maldições terrenas,
Minh'alma de asas tenras e pequenas
Sentia o orgulho de viver cativa.

Como me parecia eterna a chama!
O tempo murmurava: "Ama!" Em verdade
Só tem direito à vida aquele que ama.

Hoje, o tempo outras vozes me propaga:
" -Vive para a saudade, que a saudade
É a única luz que o vento não apaga".

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