terça-feira, 29 de outubro de 2013

MANUEL BANDEIRA - POEMA DE FINADOS


          

POEMA DE FINADOS

MANUEL BANDEIRA

Amanhã que é dia dos mortos
Vai ao cemitério. Vai
E procura entre as sepulturas
A sepultura de meu  pai.

Leva três rosas bem bonitas
Ajoelha e reza uma oração.
Não pelo pai, mas pelo filho:
O filho tem mais precisão.

O que resta de mim na vida
É a amargura do que sofri.
Pois nada quero, nada espero.  
E em verdade estou morto ali.

          

Nenhum comentário:

Postar um comentário