terça-feira, 7 de maio de 2013

JOÃO XAVIER DE MATOS - PÔS-SE O SOL


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PÔS-SE O SOL

JOÃO XAVIER DE MATOS

Pôs-se o sol...  Como já, na sombra feia
Do dia, pouco a pouco, a luz desmaia!
E a parda mão da Noite, antes que caia,
De grossas nuvens todo o ar semeia!

Apenas já diviso a minha Aldeia;
Já do cipreste não distingo a faia:
Tudo em silêncio está. Só, lá na praia,
Se ouvem quebrar as ondas pela areia.

Com a mão na face, a vista ao Céu levanto,
E cheio de mortal melancolia,
Nos tristes olhos mal sustenho o pranto;

E se inda algum alívio ter podia
Era ver esta Noite durar tanto, 
Que nunca mais amanhecesse o dia!

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