sábado, 23 de fevereiro de 2013

ÁLVARES DE AZEVEDO - MINHA DESGRAÇA


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MINHA DESGRAÇA

ÁLVARES DE AZEVEDO

Minha desgraça não é ser poeta.
Nem na terra de amor não ter um eco,
E meu anjo de Deus, o meu planeta,
Tratar-me como trata-se um boneco...

Não é andar de cotovelos rotos,
Ter duro como pedra o travesseiro...
Eu sei... O mundo é um lodaçal perdido
Cujo sol (quem mo dera!) é o dinheiro...

Minha desgraça, ó cândida donzela,
O que faz que o meu peito blasfema,
É ter para escrever todo um poema
E não ter um vintém para uma vela.

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