domingo, 3 de janeiro de 2016
OLEGÁRIO MARIANO - O ANACORETA
O ANACORETA
OLEGÁRIO MARIANO
Envelhecido, trôpego, cansado,
Por ínvias matas, a expressão bravia,
Espalhava, brandindo o seu cajado,
Blasfêmia, ódio, revolta e rebeldia.
Mas , quando o punho arremessava, um dia,
Contra o céu, num protesto alucinado,
Um pássaro pousou-lhe na mão fria
E o ninho fez na mão do desgraçado.
E ele quedou tranquilo, o braço erguido,
Como uma árvore humana, embevecido,
Para que a ave criasse os filhos seus.
Hoje que a terra é em flor para seus passos,
O anacoreta só levanta os braços
Ao céu, para pedir perdão a Deus!
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