MAS, PARIS NÃO ESTÁ AQUI
LÚCIO MORIGI
A rosa que agora vejo,
Vale mais que os perfumes de Paris.
A boca que agora beijo
Vale mais que as bocas que sempre quis.
O cravo que agora cheiro,
Vale mais que os perfumes de Paris.
A fruta que ora saboreio,
Vale mais do que os gourmets ont dit.
O sorriso que me sorri,
Vale mais que o sorriso que o Louvre esconde.
A alegria junto de ti,
Vale mais que todas as alegrias du monde.
Vale mais que o sorriso que o Louvre esconde.
A alegria junto de ti,
Vale mais que todas as alegrias du monde.
A brisa que agora sinto,
Vale mais que Thais de Massenet.
Se não estou no agora eu minto.
Pra que ficar me iludindo, pra quê?
Vale mais que Thais de Massenet.
Se não estou no agora eu minto.
Pra que ficar me iludindo, pra quê?
O espelho que ora me reflete,
Me revela mais de mil detalhes.
Com sua beleza não compete
O esplendor do Château de Versailles.
Me revela mais de mil detalhes.
Com sua beleza não compete
O esplendor do Château de Versailles.
Mais que a tarde que agora curto,
Catherine Deneuve não vale pro seu fã,
A não ser que ela estivesse junto.
Então, a tarde encontraria a manhã.
Catherine Deneuve não vale pro seu fã,
A não ser que ela estivesse junto.
Então, a tarde encontraria a manhã.
O pássaro que agora ouço,
Vale mais que o mundo de Cousteau.
Seu canto mesmo que rouco,
Vale mais que o que Edith Piaf cantou.
Vale mais que o mundo de Cousteau.
Seu canto mesmo que rouco,
Vale mais que o que Edith Piaf cantou.
Vale mais o segundo do meu agora,
Que quarenta séculos que nos contemplam.
De que vale Paris se ela está lá fora?
A ilusão na matéria não se sustenta.
Que quarenta séculos que nos contemplam.
De que vale Paris se ela está lá fora?
A ilusão na matéria não se sustenta.
A folha que agora vejo caindo,
Vale mais que a Champs Elisées no outono.
O marrom da folha se exibindo
Diz que o flamboyant não é mais seu dono.
Vale mais que a Champs Elisées no outono.
O marrom da folha se exibindo
Diz que o flamboyant não é mais seu dono.
A alameda que agora atravesso,
Vale mais que todo Cartier Latin.
De que vale Renoir e seu universo,
Se um mar nos separa nesta manhã?
Vale mais que todo Cartier Latin.
De que vale Renoir e seu universo,
Se um mar nos separa nesta manhã?
Vale mais este gelado suco
Que uma Moet Chandom lá na France.
O que escreveu e pensou Victor Hugo,
No momento não está ao meu alcance.
Que uma Moet Chandom lá na France.
O que escreveu e pensou Victor Hugo,
No momento não está ao meu alcance.
Se a Notre Dame falasse,
Falaria da oração pra ti.
Mais vale a prece que ora nasce
Que as milhões de preces que ouvi.
Falaria da oração pra ti.
Mais vale a prece que ora nasce
Que as milhões de preces que ouvi.
Se o Arco do Triunfo falasse,
Diria que Napoléon a passé.
Que não importa se fracassaste,
Le jour de gloire est arrivé.
Diria que Napoléon a passé.
Que não importa se fracassaste,
Le jour de gloire est arrivé.
Da laranja eu quero um gomo,
Do limão, quero um pedaço.
O abraço do mundo todo,
Não vale o teu abraço.
Do limão, quero um pedaço.
O abraço do mundo todo,
Não vale o teu abraço.
O cravo amou a rosa
Debaixo de uma sacada.
O cravo saiu querido
E a rosa saiu amada.
Tua voz no meu ouvido
É mais que La Vie en Rose cantada.
Debaixo de uma sacada.
O cravo saiu querido
E a rosa saiu amada.
Tua voz no meu ouvido
É mais que La Vie en Rose cantada.
Ciranda, cirandinha,
Vamos todos cirandar.
Mais vale uma brincadeirinha
Que dois Moulins Rouges no ar.
Vamos todos cirandar.
Mais vale uma brincadeirinha
Que dois Moulins Rouges no ar.
O amor que tu me deste
Era vidro e se quebrou.
O vestido que agora vestes
Vale mais que os que Chanel usou.
Era vidro e se quebrou.
O vestido que agora vestes
Vale mais que os que Chanel usou.
Batatinha quando nasce,
Espalha a rama pelo chão.
Se a torre Eiffel falasse,
Falaria da ilusão,
E que tudo o que viu na place,
Pra ti não vale um tostão.
Espalha a rama pelo chão.
Se a torre Eiffel falasse,
Falaria da ilusão,
E que tudo o que viu na place,
Pra ti não vale um tostão.
Terezinha de Jesus,
De uma queda foi ao chão.
Mais vale a tua luz
Que as que Paris tem à mão.
De uma queda foi ao chão.
Mais vale a tua luz
Que as que Paris tem à mão.
Eu ia lendo e dizendo: Oui! Oui! Oui!
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