quarta-feira, 18 de junho de 2014

MANUEL BANDEIRA - DESENCANTO


      getimageCA2AMUL0 (400x81, 8KB)

DESENCANTO

MANUEL BANDEIRA

Eu faço versos como quem chora
De desalento... de desencanto...
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.

Meu verso é sangue. Volúpia ardente...
Tristeza esparsa...  remorso vão...
Dói-me nas veias.  Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.

E nestes versos de angústia rouca
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.

- Eu faço versos como quem morre.

     getimageCA2AMUL0 (400x81, 8KB)

Nenhum comentário:

Postar um comentário