sábado, 21 de junho de 2014
ANTONIO BRASILEIRO - ESTUDO 157
ESTUDO 157
ANTONIO BRASILEIRO
Minha poesia é ríspida.
Não há maneira de nublá-la. É ríspida.
Estas lições não aprendi com o vento.
Sou homem.
O vento
permaneça nas alfombras,
nas frondes. Eu, sou homem.
E sinto dores, fomes, injustiças.
Não sou o vento que tange árias dúcteis
nos eucaliptos: sou um homem;
e vejo os homens de banda.
Não aprendi com o vento estas lições.
O vento é o vento, eu
sou um soluço.
É ríspida minha poesia.
Não aprendi com o vento, mas com os homens.
E os homens não passam - os homens doem.
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