quarta-feira, 6 de abril de 2016
AUGUSTO FREDERICO SCHMIDT - LUCIANA
LUCIANA
AUGUSTO FREDERICO SCHMIDT
As raparigas que dançavam,
Luciana, a pálida, todas
Como frutos apodrecerão
Porque só há um destino
Com muitos caminhos, embora.
Depois outras raparigas é que dançarão.
Luciana passará com o seu sorriso triste,
Suas mãos brancas repousarão -
Porque só há um destino
Com muitos caminhos, embora.
Cada um conhece o seu destino:
Luciana, a pálida, e as outras também,
Todas as raparigas que dançavam -
Cada um traz seu destino no rosto,
No rosto de Luciana e das outras também.
Em breve, todas as figuras mudarão:
Serão outras, tudo terá passado -
Os homens e as mulheres, o salão,
Os móveis - nem lembrança sequer restará.
Luciana terá desaparecido como a poeira da estrada.
Como a poeira, o tempo dispersará a fisionomia de Luciana:
E - atentai bem - Luciana não se repetirá.
Ninguém se repete no tempo. Cada um é diferente.
Cada um existe uma vez só e não é substituído.
Contemplai bem, pois, Luciana, que não se repete.
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O tempo: esse é imperdoável para todo ser vivo, inclusive para Luciana.
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