terça-feira, 22 de setembro de 2015
OLEGÁRIO MARIANO - AQUELA NOITE...
AQUELA NOITE...
OLEGÁRIO MARIANO
Depois de errar no parque embebida em fragrância,
A lua imaterial veio à minha janela
Para me perguntar: "Não a vês à distância?
Pois eu estou daqui com os olhos postos nela."
"No pequeno balcão da sua casa quieta
Vejo seu vulto longe e sigo
Seu pensamento a voar à procura de um poeta
Que além do seu amor é o seu maior amigo."
"Jogo de quando em quando a minha luz prateada
Nos seus cabelos indomáveis para vê-los
Iluminados como uma estranha alvorada...
Há uma festa de luz, um incêndio em seus cabelos."
"Pressinto a inquietação do seu olhar ardente
Onde crepita a chama viva de um desejo.
A sua boca se desfolhou de repente
Quando o vento jogou nos seus lábios um beijo."
"Esse vento que vem numa corrida estranha
Traz de longe a romântica mensagem
Que das bandas do mar para o alto da montanha
Alguém lhe manda, alguém que é a sua própria imagem."
Não pude mais. Bati num ímpeto a janela
Para que a minha noite fosse calma.
Mas a sombra que entrou no quarto e na minh'alma
Aumentou minha angústia. Era a saudade dela.
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