quarta-feira, 6 de abril de 2016
REINALDO FERREIRA - FLOR DE LAPELA
FLOR DE LAPELA
REINALDO FERREIRA
Pequeno ser
Que deu prazer,
E ao cabo, num ocaso descorado,
Jaz no passeio, abandonado,
Sem mágoa e sem memória.
Não é diversa a trajetória
Das flores maiores que somos nós.
Exibe-nos a Vida na lapela; a glória
Dura o que dura uma manhã de sol. Após,
Esgotada a cor, extinto o perfume,
A mão que nos colheu lança-nos fora,
Pra que nos leve a carroça do estrume
Que vem na madrugada,
Ou, se chover, nos leve a enxurrada.
Flor ou bicho,
Ou criatura,
Tudo é lixo
Na sepultura.
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bonita poesia
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirA escrita desse poeta faz lembra um dos maiores da nossa literatura brasileira: Augusto dos Anjos.
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